Sony, Nintendo e Microsoft – fabricantes dos três videogames mais vendidos no mundo – apostam na redução de preço para fisgar o consumidor brasileiro neste final de ano. Na comparação com o ano passado, a diferença de preço chega a R$ 500. Segundo empresários do setor, o aumento da demanda pode até fazer com que os estoques se esgotem antes do Natal.
Nos Estados Unidos – país que concentra a maior fatia do mercado mundial de jogos eletrônicos – a indústria do videogame movimenta mais de 1 bilhão de dólares por ano. Por outro lado, o Brasil ainda é considerado um mercado marginal. Os fabricantes argumentam que o peso exagerado dos impostos é um entrave para a redução de preços para o consumidor brasileiro.
Segundo levantamento do Movimento Jogo Justo, iniciativa que reúne a indústria de eletrônicos e desenvolvedores de jogos, os consoles importados legalmente pagam até 124% de impostos para entrar no Brasil. No entanto, mesmo sem mudanças na legislação – o último projeto de lei para reduzir a carga tributária para o setor de games foi arquivado pelo Congresso Nacional em 2007 – este cenário começa a mudar.
Por enquanto, a queda de preços dos videogames de última geração no Brasil é fruto da concorrência. O fenômeno é puxado pela Microsoft, que iniciou, este ano, no segundo semestre deste ano, a produção de seu console no Brasil. O kit oficial do Xbox360, que em 2009 custava R$ 1.250, agora sai por R$ 799.
Para tentar diminuir a vantagem conquistada pela Microsoft, Sony e Nintendo também fizeram reduções de preço. O Wii – console de última geração mais barato do Brasil – era vendido por R$ 1 mil no ano passado, mas pode ser adquirido atualmente por menos de R$ 600. O modelo mais simples do PlayStation3, da Sony, que é o videogame mais caro no Brasil, também teve o preço reduzido de R$ 1.999 para R$ 1.399 no primeiro semestre deste ano.
Mas o que parece ser uma boa notícia para o consumidor brasileiro, pode acabar se transformando em decepção. Segundo o empresário Marcos Khalil, sócio-diretor da UZ Games, franquia especializada que tem 33 lojas no Brasil, o aumento na demanda, alimentado pela redução no preço, pode fazer o Xbox360 desaparecer das prateleiras antes mesmo do Natal.
“A Microsoft produz 14 mil consoles por semana no Brasil, mas a demanda está muito maior do que a produção. Acredito que vai faltar Xbox360 até janeiro. Isso só será resolvido entre março e abril no ano que vem”, prevê Khalil.
“PlayStation3 e Nintendo Wii não vão faltar. No ano passado não tivemos problema de estoque”, revela o empresário Pedro Loester, proprietário da empresa Planet Games, que tem duas lojas em Salvador.
Fonte: http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=5782094